O suicídio é um problema de saúde pública muito grave. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), o Brasil é o oitavo país com maior índice de suicídios no mundo. Os mais afetados são jovens entre 15 a 29 anos, a maior parte do gênero feminino. Em relação à população trans, faltam mais dados e debates sobre o assunto. O dossiê da Rede Trans Brasil aponta um aumento de casos em 2020: foram 22 suicídios notificados – contra 17 registrados em 2019.
Pessoas LGBTQIA+ passam por experiências de exclusão social em alguma fase de suas vidas – ou a vida inteira. Sua orientação sexual e/ou identidade de gênero são constantemente questionadas, seja no convívio familiar ou nas experiências sociais. Segundo o relatório chamado “Transexualidades e Saúde Pública no Brasil”, do Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBTQIA+ e do Departamento de Antropologia e Arqueologia, cerca de 42% da população trans já tentou suicídio. É um número alarmante quando comparado aos 4,6% de tentativas de suicídio na população em geral.
O Setembro Amarelo é uma boa oportunidade para refletir sobre a saúde mental das pessoas trans e como promover políticas públicas afirmativas. Desde o acesso a tratamentos de saúde e acompanhamento médico para quem vai fazer a transição até o respeito ao nome social e ao uso do banheiro de acordo com a identidade de gênero, é preciso criar ambientes acolhedores para uma vida mais plena, que garanta uma melhor saúde mental para pessoas trans. Assim, afasta-se o estigma patologizante, que geralmente associa transexualidade à depressão, ansiedade e pensamentos suicidas, para evidenciar a possibilidade de acolhimento, com apoio da família e de amigos.
Com informações do site Psicólogo Paulo Alencar