A Rede Nacional de Pessoas Trans do Brasil, a convite da Aliança Nacional LGBTI+, participou nesta manhã (19/12/2018) da reunião com a futura Ministra das Mulheres, Família e Direitos Humanos, a advogada Damares Alves e, o futuro secretário de Direitos Humanos do Ministério, o ex-procurador da Paraíba, Sérgio Augusto Queiroz, na sede da equipe de transição no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).
Nossa presidenta da Rede Trans Brasil, Tathiane Araújo, comenta que “ainda é um caminho a ser traçado, mas que existe boa vontade ao diálogo, e o papel dos movimentos sociais é repassar o real quadro e diagnósticos de suas populações“, ela também ressaltou em sua fala a necessidade de não só ver a travesti, ou seja, “não adianta só se sensibilizar pela travesti na esquina e com as mazelas que vem com essa única alternativa de sobrevivência, mas sim, ter a preocupação na resolutividade do que leva a este problema, que ainda é a falta da discussão séria e real da pessoa trans na construção de sua identidade na adolescência, e nos espaços de sociabilidade como a escola, a família, etc. Compreender as especificidades de Mulheres Travestis, Mulheres Transexuais e Homens Trans, é o que precisamos para que estas pessoas sejam respeitadas e reconhecidas como sujeitos e sujeitas, de fato e direitos”. Ainda destacou que a mulher travesti Drª Luma Andrade é uma exceção dentre inúmeras pessoas trans, pois a realidade é distinta para a maioria que ainda hoje encontra-se sem acesso à educação. Nós podemos e temos o compromisso de mudar essa realidade e isso só ocorrerá quando começarmos a discutir nossa exclusão social e entender aonde ela começou.
A Rede Trans Brasil se comprometeu a elaborar um documento compilado das demandas tratadas no último Workshop Nacional realizado em dezembro. O documento norteará proposições e apontará políticas públicas como uma proposta de superação do real quadro de exclusão e violência acometido a nossa população e será entregue a futura ministra com o prazo até o dia 29 de janeiro de 2019.