Realizado entre os dias 01, 02 e 03 de julho no Salão do Museu da Imagem e Som de Alagoas – MISA e no salão do Hotel Ouro Branco na cidade Maceió – AL.
O Workshop teve como programação os painéis de debates sobre as demandas da população Trans, identificadas no nosso último encontro do workshop nacional em dezembro de 2018.
A mesa de Abertura aconteceu no Salão do Museu da Imagem e Som de Alagoas – MISA, fundado no dia 3 de setembro de 1981 e é um museu brasileiro que visa preservar o patrimônio audiovisual, história e a cultura do Estado de Alagoas.
A Abertura contou com diversas autoridades as quais destacamos a secretária da Mulher e Direitos Humanos do Estado de Alagoas a Sra. Maria Silva, a coordenadora do evento e secretaria geral da Rede Trans Brasil Jade Soares além de nossxs Presidente e Coordenador de Homens Trans Tathiane Araújo e Cauã Cintra.
De acordo com Tereza Carvalho, representante da secretaria Municipal de Saúde e gerente do Programa de IST/HIV/AIDS, é importante esse diálogo com o segmento trans/travestis sobre suas principais demandas de modo a direcionar as ações de saúde para suas necessidades reais. “Essas demandas devem ser encaminhadas por essas pessoas que sentem na pele as dificuldades de acesso às políticas públicas e que possuem uma estimativa de vida reduzida em relação ao restante da população devido às vulnerabilidades acrescidas”, destacou.
Nos dias 02 e 03 destacam-se os painéis e os debate em que participantes se debruçaram sobre os temas com intervenções e contribuições nos debates.
No painel 1:A revolta de Stonewall e a contextualização com a realidade brasileira e contemporânea ouve a Contextualização da revolta de Stonewall em 69 com o protagonismo das travestis Silvia Rivera e Marsha P. Jhonson como agentes que se rebelaram contra as opressões sistemáticas e estruturais da sociedade cisheteronormativa, sendo as responsáveis diretas no enfrentamento contra as autoridades policiais repressoras.
A revolta de Stonewall e a invisibilidade da comunidade trans no desenvolvimento da temática LGBT ao longo do tempo. Reflexões sobre a luta permanente da comunidade trans para terem seus corpos e identidades legitimados e respeitados pelo Estado e pela sociedade. A luta ainda não acabou, diariamente a população trans luta cada vez mais de forma articulada para reivindicar seus direitos e espaço na sociedade.
Já no Painel 2 com o tema Saúde mental da população trans destacamos o panorama da condição psicológica e acompanhamento de homens e mulheres trans além dos altos índices de suicídios entre homens trans e o sofrimento psíquico decorrente da não adequação a identidade e ao corpo.
Com o tema Saúde da população Trans Políticas públicas para prevenção da IST HIV AIDS e Hepatite virais o Painel 3 focou o debate na falta de capacitação para atender e trabalhar com a população trans no sistema único de saúde ,O entendimento da gestão pública na humanização do atendimento de saúde pública a população trans, cuidados e prevenção com saúde trans além da exposição a situações de risco após o ato sexual e as formas de prevenção (antes da exposição – prep/ depois da exposição- pep) a psicóloga da Gerência Mariana Tavares que ministrou a palestra “Saúde da População Trans: Políticas Públicas para prevenção das IST/Aids e Hepatites Virais”, ressaltou a importância de discutir o acesso a políticas de saúde deste segmento cuja vulnerabilidade a exposições sexualmente transmissíveis é ampliada devido a vários fatores de exclusão social.
O Painel 04 trouxe a Criminalização da LGBTfobia e o reconhecimento das identidades trans em um importante debate sobre a Criminalização da HOMOTRANSfobia (analogia ao crime de racismo) que configura-se no reconhecimento dos sujeitos LGBTs garantindo a proteção do Estado e punição aos crimes cometidos. Destacamos neste painel as estratégias usadas pela Rede Trans Brasil no advocacy pelo reconhecimento das identidades trans pelo STF legitimando o respeito a autodenominação e auto percepção das trasngeneridades.
Com o Painel 05 travamos responsavelmente o avanço na discussão da Privação de liberdade e o Sistema prisional para a população trans considerando as nuances e levantando polemicas como Respeito a identidade e ao gênero? Ou a opção individual? Além de apontamentos de necessidades como de levantamento da população carcerária trans. Quais as demandas desta população e o real despreparo da segurança pública e a desumanização no tratamento as identidades trans.
Ambulatório para pessoas trans fechou com o painel 06 discutindo a necessidade do ambulatório para o processo transexualizador e/ou hormonização, no processo foi identificada a necessidade da articulação e organização do segmento trans para reivindicar o não desmonte da política ambulatorial e sua permanência. Os trâmites e a burocracia do poder público para a implementação do ambulatório
além da falta de capacitação da equipe médica nas unidades básicas de saúde para atender a população trans.
No encerramento das atividades com o encaminhamento de propostas foi construído juntamente com os participantes propostas para encaminhamento de cada painel para a edição do Workshop Nacional da Rede Trans. no objetivo de reivindicar as pautas junto aos Poderes Públicos e intervir na realidade local das pessoas trans em cada região.
O evento teve coordenação regional do grupo Metamorfose com apoio do Grupo Pro Vidda nossas instituições filiadas no Estado das Alagoas.
Confira algumas fotos do evento: