A dupla sertaneja Pedro Motta e Henrique, que gerou polêmica pela música lançada no último dia 18 de dezembro ao trazer um teor transfóbico , retrata o caso de um homem que se frustra ao descobrir que havia se apaixonado por uma travesti.
A canção, com evidente mensagem transfóbica, gerou diversas críticas nas redes sociais por ativistas trans e pela comunidade LGBTQIAP+ em geral.
Em uma primeira retratação, Pedro Motta e Henrique divulgaram um vídeo no qual tentam contornar a situação, mas acabam se complicando ainda mais, os sertanejos confundiram transfobia com homofobia, afirmando ainda não terem cometido.
Veja o vídeo:
https://www.instagram.com/p/CI_8kUgBti0/
Diversas instituições mobilizaram a sociedade que promoveram mais de 10 mil dislikes e o serviço de streaming Deezer retirou a música na segunda-feira, 21 de dezembro.
Após diversas repercussões negativas neste fim de semana pediu desculpas e alterou a letra da canção “Lili” e declarou:
“Quando a gente pensou em lançar essa música, de forma alguma a gente veio denotar qualquer tipo de preconceito. A gente queria usar a música para gente poder exaltar e evidenciar o amor através dela. E como somos leigos no assunto, nós não conseguimos alcançar os nossos principais objetivos. E diante a tudo isso, durante os últimos dias, a gente parou, meditou um pouco, para conhecer melhor sobre o assunto, para que pudéssemos expressar melhor a fim de demonstrar esse amor que a gente tanto queria. E podemos pontuar também que a falta de conhecimento gerou diversas situações”.
A dupla relatou em entrevistas que o seu desconhecimento sobre a diferença entre identidade de gênero e orientação sexual, um problema social que ainda necessita ser trabalhado na sociedade brasileira.
“A sociedade brasileira precisa entender que a vida social de pessoas travestis e transexuais tem caminhos diferentes de homossexuais e bissexuais, somos unidos em siglas pela luta contra discriminação porem vivemos uma vida social onde discriminam e tentam renegar nosso direito a identidade “, relatou Karen Oliveira representante do Grupo Comcil de Rondônia entidade filiada a Rede Trans Brasil.
Veja o vídeo completo da retratação:
https://www.instagram.com/tv/CJHi6Z7BsFU/?utm_source=ig_embed
Marília Mendonça em agosto proferiu comentário machista durante a sua live demonstrando a transfobia naturalizada no meio. Na cena, a cantora sertaneja sugere, em tom de deboche, que um de seus músicos de apoio teria ficado com uma mulher transexual em casa noturna de Goiânia.
Estereotipar pessoas trans não é feito exclusivo de alguns artistas sertanejos ,meios de comunicação desrespeitam e cometem corriqueiramente atos de Transfobia um dos últimos envolveu o apresentador Sikêra Jr., da RedeTV conhecido como o “apresentador dos Bolsonaros”, foi condenado a pagar R$ 30 mil de indenização para a modelo transexual Viviany Beleboni.
Ele associou, de maneira errônea, a imagem de Beleboni a um crime cometido por um casal de mulheres lésbicas,o juiz Sidney da Silva Braga em sua decisão afirmou que ficou demonstrado que Sikêra se utilizou da transexualidade e da imagem da modelo para associá-la à prática de um crime.