O Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, internacionalmente definido como o dia 1° de dezembro, é uma data voltada para que o mundo una forças para a conscientização. Desde o final da década de 80, tal data vigora no calendário de milhares de pessoas ao redor do mundo, criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), em uma Assembléia realizada em outubro de 1987.
A sigla AIDS vem do inglês Acquired Immunodefiecience Syndrome, que em português significa Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, conhecida também como SIDA. A conscientização passa não apenas por informar as pessoas sobre a doença, seus sintomas, tratamento e prevenção, mas, também, lutar contra o preconceito estereotipado que recai sobre os infectados pelo vírus do HIV.
A Rede Nacional de Pessoas Trans cumpre seu papel nas incidências e controle social, em 2018 entregamos o documento em que sinalizamos diversos apontamentos da necessidade de se intensificar a prevenção e assistência com a população trans feminina através do assustador levantamento do Projeto Viva Melhor Sabendo que entre 2014 e 2018 realizou 160.280 testes em todo o Brasil com foco nas trabalhadoras do sexo, travestis, mulheres e homens trans, gays, outros homens que fazem sexo com homens (HSH), homens heterossexuais e pessoas que usam álcool e outras drogas, constatamos, portanto, que além de sermos a população número um na infecção do vírus, somos também três vezes mais propensas que a segunda colocada no levantamento dos dados de acordo com essa triagem.
Na política direcionada a população trans masculina denunciamos por meio do Núcleo de Homens Trans da Rede em reunião com a atual diretora do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/AIDS e das Hepatites Virais (DIAHV), Adele Benzaken, no 11º Congresso de HIV/AIDS e 4º Congresso de Hepatites Virais em Curitiba (PR), a inexistência das políticas públicas para este segmento, que lhes foram e são solicitadas como demanda oriundas dos Workshops da Rede Trans Brasil. Observamos então que nos estados e municípios além da pouca propriedade destes governos nas especificidades deste público e a necessidade urgente da criação de uma política estruturada e incisiva apropriando a saúde, que tem não só sua política de prevenção, mas toda sua estrutura da saúde só conhecedora do universo cisgênero.
Não para comemorar, e sim para vigiar ainda, a nossa realidade social distante da inclusão necessária para não sermos visibilizadas somente nos dados de infecção pelo HIV no nosso país, ou invisibilizados, no caso dos homens trans.
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Dia Mundial de Luta Contra a AIDS – Nota Rede Trans
Tathiane Aquino de Araújo
Presidente da Rede Trans Brasil