A Rede Trans Brasil realizou o repasse liquido de R$ 20.217,85 após a vaquinha de arrecadação ser divulgada em nosso site, esta campanha foi destinada a trans paraense Cibelly que morava em Belo Horizonte e no carnaval desse ano, exatamente no sábado dia 22 de fevereiro, resolveu ir a uma comemoração de rua e através de relatos de populares cinco rapazes a agrediram brutalmente e a deixaram sem uma parte do crânio, quebraram vários dentes e como consequência a mesma ficou paraplégica e sem voz.
Cibelly ficou quatro meses no hospital e nesse período teve apoio de amigos e familiares que se deslocaram de Belém para Belo Horizonte. A ideia surgiu através de um grupo virtual criado, após nossa filiada em Goiânia Katarine que é uma mulher trans e paraplégica, também vítima de violência e visibilizou as dificuldades financeiras que a família de Cibelly estava encontrando no início de junho para conseguir cumprir as despesas necessárias para os cuidados e tratamento de reabilitação.
“Tive a ideia de criar a campanha, após constatarmos que além dos cuidados, atenção e respeito a identidade de gênero do senhor Douglas para a Cibelly, sabemos que a mesma precisa também da compra de insumos e estrutura para os tratamentos em Belém além de condições de melhoria de moradia, já que essa é uma história de migração como muitas de nós, onde Cibelly morava e trabalhava como profissional do sexo em Belo Horizonte para sobreviver, sonhava em voltar com melhores condições para sua família na sua cidade”, relatou Tathiane Araújo idealizadora da campanha “Amor por Cibelly, amor as Pessoas Trans no Brasil”, que foi divulgada e articulada em todos canais de comunicação da Rede Trans Brasil e direcionada para conta do pai de Cibelly.
Rafael do Carmo coordenador da Rede Paraense de Pessoas Trans visitou a residência de Cibelly na última semana e constatou a atual evolução através dos tratamentos de fisioterapia e o carinho familiar, “O senhor Douglas é um pai muito dedicado, já podemos sentir a mudança do semblante de Cibelly e sua vontade de viver”, citou Rafael Carmo, nosso membro que vem fazendo visitas pontuais e auxiliando principalmente o senhor Douglas em questões burocráticas não resolvidas habitualmente.
A Rede Trans e movimentos locais incidiram também junto a órgãos de Minas Gerais e da Federação solicitando a investigação e uma devolutiva do caso a nossa instituição.