A travesti Cibelly nascida e criada em Belém do Pará, tem uma história de migração como muitas de nós, atualmente morava e trabalhava como profissional do sexo em Belo Horizonte para sobreviver, sonhava em voltar com melhores condições para sua família na sua cidade.
No carnaval desse ano exatamente no sábado dia 22 de fevereiro, Cibele resolveu ir a uma comemoração de rua para encontrar amigas e curtir, porém por volta das 19 horas sua amiga (que preferiu não se identificar por medo de represarias) recebe uma ligação de alguém que encontrou Cibelly muito machucada caída no chão pedindo ajuda, a mesma pegou um transporte de aplicativo e chegando ao seu encontro obteve relatos de populares que contaram que cinco rapazes a agrediram brutalmente, durante o brutal e covarde ato os agressores gritavam: “Treveco do demônio vira homem”, os transfóbicos agressores fugiram quando populares tentaram chamar a polícia, por sorte não conseguiram matar Cibelly, mas a deixaram sem uma parte do crânio, quebraram vários dentes e como consequência a mesma ficou paraplégica e sem voz.
Cibelly ficou quatro meses no hospital e nesse período teve apoio de amigos e familiares que se deslocaram de Belém para Belo Horizonte e obtiveram a vitória da alta médica nesta última semana.
Dentre muitas histórias de violências de nossa população, essa tem um aspecto positivo, a dedicação dos amigos e familiares que com muito amor cuidaram de Cibelly e a mesma conseguir a vitória de seguir a sua vida, mesmo que com sequelas físicas e psicológicas.
A Rede Nacional de Pessoas Trans através de filiadas, identificando este amor também visibilizou as dificuldades financeiras que a família de Cibelly está encontrando para conseguir cumprir as despesas necessárias para os cuidados e tratamento de reabilitação.
Com isto divulgamos abaixo a campanha “Amor por Cibelly, amor as Pessoas Trans no Brasil”, esta vakinha virtual direcionada a conta do Senhor Douglas, pai de Cibelly, a quem a Rede Trans Brasil agradece pelos cuidados, atenção e respeito a identidade de gênero de sua filha, porém sabemos que a mesma precisa também da compra de insumos e estrutura para os tratamentos em Belém da nossa companheira.
A Rede Trans entra nesta segunda feira com pedido formal junto a órgãos de Minas Gerais e da Federação solicitando a investigação e uma devolutiva do caso a nossa instituição, é estarrecedor ver como ainda vivemos e como tratam a vida das pessoas trans no país que mais mata pessoas trans e que, porém mais consome mercado pornô deste público.
Cibelly pedimos desculpas por nossa sociedade, mas saiba que o amor existe e que você não está sozinha!
ABAIXO O LINK DA VAKINHA PARA CONTRIBUIÇÃO: